terça-feira, 21 de agosto de 2007

:O QUE O CAMINHO DA GRAÇA DESEJA I

O que vocês caminhantes pretendem com o Caminho da Graça? Esta é a pergunta que ouço quase que diariamente. Tenho respondido que, como grupo ao qual se pertence, eu digo, NADA, ou, quase NADA. Agora, o Caminho da Graça como mensagem, este sim, pretende algo que o evangelho pretende com cada um de nós. A mensagem do Caminho da Graça pretende aproximar cada ser humano, seja ele quem for, à estatura de Cristo. O Caminho da Graça pretende tornar pessoas mais parecidas com Cristo. O Caminho da Graça deseja que cada pessoa se torne de fato e de direito, habitação do Senhor, morada do Altíssimo. Sim, o Caminho da Graça deseja produzir gente com cara de Cristo. E isto tem que acontecer na vida. Então, cada encontro dos caminhantes. Cada movimento que fazemos como Caminho da Graça. Cada item que for sendo acrescentado às atividades do Caminho da Graça. Tudo tem como objetivo este desejo, isto é, que cada pessoa ao ouvir o evangelho, e sendo tocado pelo Cristo do evangelho, deseje imitá-lo na vida. Por conta disto, desejamos que muitos ouçam a mensagem da graça que é a essência do Caminho da Graça. Penso que cada pessoa tocada pela graça. Que acolhe a graça. Que desfruta da graça. Que compreende o custo da graça. Que decide por viver em graça. Que faz da graça seu principio de vida. Seu “modus operandis”. Estas pessoas não devem se tornar membro de uma igreja institucionalmente falando. Não devem se tornar adeptos de uma nova religião. Não devem se tornar membros de uma nova comunidade, movimento, grupo, ou algo assim. Estas pessoas devem se tornar “novas pessoas”. Antes de mudarem seus esteriotipos, seu modo de falar, vocabulário, seus relacionamentos, lugares que freqüentam, adotarem um jeito diferente de demonstrar sua religiosidade. Sim, essas pessoas devem passar por um processo de mudança de consciência. É de dentro pra fora e não ao contrário. Agora, isto na prática não é tão simples, posto que, a maioria das pessoas está arraigada às práticas da religião que adotaram, ou, se contornaram às formas de seus grupos, movimentos, moveres, “unções” e por ai vai. E mais, a maioria dos chamados cristãos deste tempo, só se sente “servindo e trabalhando” pra Jesus, se estiverem engajados em algum ministério da comunidade adotada. Exercendo algum cargo num departamento da igreja institucional. Só se sentem espiritualmente saudáveis se estiverem colocando seus dons e talentos em prática no contexto da instituição religiosa a que pertence. Só se vêem crescendo na fé, se encherem suas agendas com atividades da instituição religiosa, da igreja institucional, da comunidade. É a atividade templária que determina vigor espiritual, segundo estes. São os êxtases comunitários. São as práticas e exercício de alguns dons que tem mais ibope do que outros, que confirmam que estão sendo visitados por Deus. São os vocabulários igrejeiros, evangélicos, que os fazem ser reconhecidos como cristãos. São os jargões criados, inventados, que, geralmente, se tornam como uma especie de “senha” da sorte, da vitória, da conquista, do sucesso, da felicidade..etc.... É a hamuletagem evangélica que identifica quem é fiel ou infiel. São os cânticos, orações, sermão, e tantos outros itens que hoje, se tornaram os aferidores do calibre da fé da maioria. Para alguns, as manifestações do Diabo que ocorre em alguns cultos, reuniões e encontros de libertação, significam maturidade espiritual, isto é, quando o Diabo se manifesta é que se tem certeza que Deus esta naquele lugar. Quando é que Deus precisou do Diabo pra se afirmar como Deus???
Não desejamos que seja assim no Caminho da Graça। O que desejamos é que cada caminhante a partir da re-leitura do Evangelho de Jesus, se re-encontre com a Fé Cristã e se re-encante com ela e a partir daí, ganhe plena consciência de si mesmo, da Graça e todas as suas implicações, e passe a viver de um modo que todos que estejam ao seu lado percebam a presença de Deus e de Sua generosa Graça. Que estes, em si mesmos, vejam as transformações que só a Graça pode produzir. Que descubram as alegrias do viver em Cristo e desfrutar de Sua Graça Maravilhosa. Que se livrem das culpas, dos medos, das duvidas, das desconfianças, dos pesos da religiosidade e ganhem um jeito leve de ser em Cristo, conquanto isto signifique não poucas vezes, abrir mão de muito em favor do que se abraçou. Sim, pois, o evangelho antes de ser uma senha para se ter mais e mais, é um modo de vida que significa encontrar na simplicidade, o significado maior de tudo e todas as coisas. Isto porque, em Cristo, tudo ganha seu verdadeiro valor, sabor, perfume, sim, em Cristo a vida é VIDA. Sim, em Cristo a vida é vivida em sua plenitude. Sim, em Cristo, a vida é vivida na vida e não entre muros, paredes, lugares santos. Em Cristo, a vida é santificada e tudo que há em volta ganha o colorido e o encanto que todos procuram e só encontrarão na Graça do Filho Amado de Deus, Jesus de Nazaré, a quem, toda honra, todo louvor toda adoração e todo poder, para sempre, amem.

Com carinho।

Carlos bregantim

::O QUE O CAMINHO DA GRAÇA DESEJA II

Na prática, o que o Caminho da Graça deseja é que, não nos tornemos mais um ambiente que o palco se torne o lugar principal, o lugar de honra, o lugar de destaque। Que não nos tornemos um ambiente de disputas intra-muros para se saber quem é mais ou menos isto ou aquilo. ( perdão, não gastar tempo em detalhes sobre isto ). O que não queremos é nos tornar um ambiente de gente vaidosa, arrogante, presunçosa, cheia de si mesma, se achando, como dizem por ai. O que menos queremos é nos tornar uma estrutura pesada, isto é, cheia de departamentos, ministérios, projetos, programas, eventos, enfim, ter uma agenda ativista religiosamente falando. O que não queremos é que nossos encontros se tornem uma mesmice, chatos, mas, também não queremos que eles se tornem um fim em si mesmo. Queremos que nossos encontros se tornem um lugar de conscientização da graça e que, a partir deles, a graça ganhe a vida, o cotidiano, o caminho na peregrinação dos caminhantes. Queremos que nossos encontros sejam os primeiros degraus para um universo de possibilidades entre as pessoas. Queremos que, a partir dos encontros, das amizades espirituais que brotam, das afinidades que são identificadas, dos dons, talentos e habilidades que estão disponibilizados, todos se tornem homens e mulheres engajados por causa da graça na vida de outros tantos que precisam saber e conhecer a graça. Para nós, a estrutura do Caminho da Graça tem que ser leve, muito leve, pois, não queremos gente comprometida com a estrutura, queremos gente comprometida com a vida. Queremos gente trabalhando na vida e não no Caminho da Graça, isto é, na estrutura do Caminho da Graça. E, para que isso não aconteça, não vamos criar estruturas pesadas. É obvio que precisamos dos chamados mínimos razoáveis para o funcionamento, para a operacionalização do caminho, mas, a graça deve funcionar e ser operacionalizada no cotidiano das pessoas. E mais, desejamos que as necessidades que estão surgindo no Caminho sejam atendidas de modo voluntário, natural, simples. Então, todos nós no Caminho, em vendo o que se precisa fazer, que nos disponibilizemos a fazer naturalmente. Seja o que é muito simples ao que é complexo e demande tempo, mas, que seja natural, espontâneo, voluntário e com alegria em fazer, em servir, sabendo que é assim que se adora o Criador. Sim, claro, temos necessidades básicas que precisam ser atendidas pelos caminhantes, desde chegar mais cedo para ajudar na arrumação do nosso ambiente, a contribuir financeiramente para que tenhamos recursos mínimos para poder existir e se reunir como Caminho da Graça. Carecemos também de gente com habilidades com crianças, adolescentes, jovens, casais॥enfim...é claro que mais cedo ou mais tarde, teremos que saber lidar com estes segmentos e faixas etárias segundo suas necessidades e com uma leitura correta de como cuidar, segundo a consciência da graça. Insisto, que isto aconteça de modo natural, sem estresses e cronogramas rígidos. Mas, tudo isso tem que acontecer com um único propósito, que todos nos tornemos melhores seres humanos. Que todos nos tornemos gente na vida. Cristãos no mundo das pessoas, sejam elas quais forem. O Caminho da Graça deseja que os homens e mulheres, jovens e os maduros, crianças, enfim, todos sejam gente como gente deve ser. Pais, maridos, esposas, mães, filhos, profissionais, cidadãos melhores. Melhores em suas casas, trabalho, escola, universidades, na rua em que moram ,no bairro, na cidade, em qualquer lugar. Que cada caminhante se voluntarie em algum projeto que visa melhorar as pessoas, atender as pessoas, cuidar das pessoas, servir as pessoas, sejam elas quais forem. Que nos engajemos em atividades culturais, ambientais, sociais, políticas, que visam dar qualidade de vida às pessoas. Que nos ocupemos com programas, projetos e iniciativas que devolva a dignidade às pessoas. Seja na rua de casa, na escola, na creche, no hospital, na cadeia, asilos, e tantos ambientes onde a dignidade humana tem sido desprezada. Que os caminhantes se tornem solidários nos eventos trágicos da cidade. Que se mobilizem em direção dos que choram, sofrem, caem pelo caminho. Mesmo que sejam pequenos gestos de amor, de carinho, de simpatia, de compaixão. Em casa, na família, que a graça produza relacionamentos saudáveis, onde haja conversa com filhos, com pais, avos, tios e tias, primos...Inberessem-se por eles. Ouça sua mulher. Ouça seu marido. Ouça sus filhos. Ouça seus pais. Queridos, no Caminho da Graça, não queremos ganhar o mundo ou tudo que o mundo tem, e, perdermos a nós mesmos ou os que estão a nossa volta. Quantos que com o discurso de ganhar o mundo para Jesus, se perderam, e perderam os que lhes eram mais caros e queridos. No Caminho da Graça, queremos nos re-encontrar com a nossa própria consciência cristã, e re-encontrar todos e tudo que de fato dão significado à vida. Isto é tarefa para a vida toda e esse é o convite para uma peregrinação longa, paciente, demorada, mas, cheia de significado. Que seja assim. Isto é o que queremos no Caminho da Graça. Se é o que você quer, és bem-vindo.

Com carinho।

Carlos Bregantim

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