“Assim, nenhuma conversão é mais difícil do que aquela que nos leva do último amor feito de obras, ao primeiro Amor feito de amor. De amor que dá fruto sem ter que fazer nada, assim como as mangueiras aqui de casa se derramam em mangas às centenas sem que isto lhes seja um esforço ou mesmo uma tarefa. Elas não se gloriam das mangas que dão.”
Caio Fábio
1) A EXPERIÊNCIANas últimas semanas, junto com alguns amigos, tivemos conversas presenciais com o pastor Caio. Recebemos novos “insights”, direções e reflexões relacionadas ao “Caminho da Graça”, e suas decisões recentes estão transcritas em http://www.caiofabio.com/novo/caiofabio/pagina_conteudo.asp?CodigoCanal=0001403772
Acerca do exercício da Supervisão do “Caminho” no ano que passou (2007), avisei a todos pessoalmente ou por textos no site*, que tal função tem a ver com validar aquilo que já está feito no Espírito. E só. Complicar é perverter! As sementes geram botões comunitários que crescem para dentro e para fora da terra santa dos corações férteis, até que venha a dar flores e frutos. E onde é assim, a gente só identifica, testifica, co-participa e se disponibiliza, em alegria e devoção. Isso é super-visionar.
*(http://www.caiofabio.com/novo/caiofabio/pagina_conteudo.asp?CodigoPagina=0304500014)
Supervisionar também é buscar reconhecer com o discernimento do Espírito (e não com os traumas da memória da alma) quais são as sutilezas religiosas em operação – que como um diabo, vivem ao derredor, “buscando a quem possa tragar”. Daí a radicalidade que se impõe à cada Estação do Caminho na eliminação do ascetismo orgulhoso, das ‘circuncisões’ contemporâneas (a Lei dos batismos, jejuns, freqüências e dízimos-carnês mensais), dos títulos que abestalham a alma, da retórica vazia, do academicismo, das complicações eclesiásticas, do frenesi desesperado para crescer, subir, competir, possuir, mostrar e fazer, além da tentação em forjar e manter o Saleiro Comunitário - que amplificam as relações de policiamento, sacerdotalização e controle das individualidades.
Na outra ponta desse mesmo processo, a Supervisão é importante para advertir acerca de fobias institucionais e “traumas evangélicos” que se perpetuam e se reverberam em motivações raivosas, quase caninas; criticismo sem proposta; denuncismo sem misericórdia e sem compromisso; medos excessivos incorporados pelas memórias traumáticas e uma cultura de liberdades reacionárias e insuportáveis, com individualismos a la Corinto - que desprezam a consciência e o espaço alheio. Individualismos by Corinto não esquecem que tudo é lícito e nunca se lembram que nem tudo convém!
2) VIRAMOS O DISCOAcima de tudo e por fim, supervisionar é fazer ecoar que o assunto mudou, que o disco virou e nossa ânsia é por Amor!Sim. A experiência do Caminho mais Excelente que o “Caminho”.Como “amar se aprende amando”, o chamado é para o exercício da piedade mesmo sem vontade. Como assim? Ora, seres caídos como nós, se esperarmos a preguiça passar é melhor esperar mesmo deitado!
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3) A TRANSIÇÃOO Tião, mentor do Caminho em Porto Ferreira, na região de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, é o homem que vai servir ao “Caminho” como supervisor. Diferente de mim, o Tião dedica-se em tempo integral às boas rotinas do Ministério, não tem filhos ainda e pode se deslocar para visitas com mais intensidade do que eu, além de se valer melhor de programas de comunicação virtual (SKYPES, MSN, etc). Assim, tudo converge para suprir aquilo que eu chamei de LIMITAÇÕES DA SUPERVISÃO no link supra-citado.O Tião é da primeira geração de mentores. Na verdade, após Santos, Porto Ferreira foi a Estação seguinte a ser inaugurada, quando levei para lá um DVD de saudação do Caio a 120 pessoas alegremente reunidas.O Tião serve uma comunidade sólida, e não carrega lá a babaquice de ser mentor, sendo pastor de toda gente. Ele é simples. É Tião, de Sebastião – assim que todos o chamam.
O Tião é equilibrado, sereno, humilde, muito crente no Evangelho e casado com a Paloma, uma jovem judia que o apóia em tudo com todo gosto. Eu os casei faz um ano no espaço de um grande cinema da cidade, que ficou lotado de autoridades e gente do povo, pois são muito queridos por todos, tendo, portanto, o “bom testemunho dos de fora”.Experimentado, ele já tem acompanhado diretamente algumas iniciativas, fazendo amizades e conhecendo as pessoas olho no olho: no ABC Paulista, Araraquara e Sertãozinho, por exemplo. A Estação Porto Ferreira (http://caminhoemportoferreira.blogspot.com/) é das mais participativas nos movimentos nacionais e das que melhor colaboram para suprir necessidade e providenciar o intercâmbio entre as Estações; estão atualizados em relação às propostas dos encontros em Brasília, e inscritos no Vem e Vê.O Tião tem no seu amigo Lázaro, um grande apoiador, que o ampara no que for necessário. Não existe Tião sem Lázaro, e nem Lázaro sem Tião!
O Lázaro tem feito uma “santa bagunça” nos capítulos da ADHONEP com a pregação do Evangelho que só é Pleno porque é sem Negócios com a Graça entre os Homens. Assim como o Caio já fez, eu também quero pedir que os novos endereçamentos referentes às Iniciativas de Estações e aos cuidados gerais das existentes sejam feitas para tião@caiofabio.com
Eu estou aqui e permaneço com a tolha sobre os ombros. Meu esforço será todo e será nenhum. Sim, porque não pode me custar “pavimentar o caminho do meu próximo”, porque esse é caminho de todos. No Evangelho ninguém deve se movimentar por oficializações. São as manifestações espontâneas dos dons que Deus deu que realizam Seu querer e efetuar em nós e por nós, e as oficializações só servem aos desígnios.E quando é assim, a gente nem se dá conta. Não tem noção exata do que se trata. Simplesmente vai.Confesso agora, olhando para trás, que eu passei quase três anos meio desapercebido. Fui fazendo o que me vinha a mão fazer. Só recentemente notei que somos em torno de quarenta Estações, pela Graça de Deus.
Todavia, raramente enxerguei “coisas”, eu só vi “gente”.
Contudo, peço perdão agora por toda vez onde – muito ‘cabeçudo’ - atrapalhei processos ao invés de simplesmente lavar os pés dos irmãos.Mas fiz amigos, irmãos, filhos e muitos companheiros de jornada que foram suprindo meus limites óbvios com devocionalidade e o mesmo senso de privilégio. É só o que carrego hoje, ao final de um período: um concreto senso de privilégio, de ter sido um privilegiado pela oportunidade ímpar. Sou grato a Deus pelos des-caminhos que me encaminharam ao Caminho. Sou grato ao Caio por me ter recebido, acolhido, confiado e investido, mesmo apesar de nunca lhe ter omitido minhas fraquezas reconhecidas, chamando-as pelos nomes que elas têm. Sim, não consigo me esconder delas, ainda que as consiga esconder; elas estão diante de mim o tempo todo.E isso sem considerar os vazamentos dessas tortuosidades que são impossíveis de serem contidos quando você se entrega aos relacionamentos fraternos.Em vista das minhas próprias contradições, minha maior recompensa foi ser transportado da experiência acadêmica da “Graça” para a existencialidade dela em mim, vitalizando todo meu ser pelo Espírito de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Espírito da Graça.Antes eu sabia que a Graça bastava.Agora, porém, SEI em mim que a Graça basta!Antes, eu a conhecia de ouvir falar;Mas agora de andar no solo seguro do Amor do Pai.
Obrigado.
]Marcelo
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